Segue a matéria mais recente em relação ao HB20:
LinK:
http://carroonline.terra.com.br/noticia ... brasileiraEle chega para desafiar os carros mais vendidos do país: VW Gol, Fiat Uno e Palio. Todos eles, em alguma versão, sofrerão perdas de vendas em virtude do HB20, compacto da Hyundai que chega às 100 concessionárias exclusivas a partir de 10 de outubro – ainda não há acordo com a CAOA para vendê-lo nas lojas do importador Hyundai. O HB do nome significa “Hyundai Brasil” e o 20 é a maneira com que os coreanos distinguem modelos do segmento “B” mundo afora.
Ao vê-lo de perto conclui-se que o investimento em design foi um dos pilares para a construção do carro. Ele, aliás, é bem semelhante à projeção publicada na edição 44 da Carro Hoje e que você vê na foto maior à esquerda. À exceção da grade, que tem um formato mais curvilíneo, e de um pequeno bico da peça ao lado do farol, acertamos na mosca com relação a todo o resto.
Vê-lo de perto acentua a certeza de que chegará à frente de alguns concorrentes. Não bastasse o design que provoca uma sensação de entusiasmo, tudo dentro dele está muito bem colocado e o acabamento não merece ressalvas. Foi recheado com materiais de boa qualidade, que comprovam a preocupação mais sóbria. Quase não há peças brilhantes.
O painel de instrumentos deve pouco ao que se vê em carros maiores, como o hatch médio i30. Nas versões mais caras (leia quadro ao lado) ele combina harmoniosamente com o cluster digital central e mescla luzes azul e branca características da marca.
O habitáculo está acima do aceitável. Ao vê-lo de fora é difícil acreditar que a acomodação é tão boa. A posição de guiar do motorista é correta e não precisa de mais ajustes. Para os ocupantes traseiros, exceto quem tem mais de 1,90 m, o espaço está longe de ser claustrofóbico. Seu porta-malas, de tamanho não revelado, deve ter cerca de 310 litros, maior que o dos rivais.
COMPORTAMENTO NA PISTA
Na hora de guiar, a impressão é de que ele “imita” o Kia Picanto. No entanto, a Hyundai revelou que o HB20 foi feito sob a mesma plataforma que serviu para a evolução do Hyundai i20 europeu adaptada às nossas condições. A linha de cintura alta cria um ambiente aconchegante e com doses de requinte que Gol e Palio certamente não trazem.
O tempo escasso nos permitiu dar quatro voltas pela pista de testes da marca. Apesar da chuva, foi possível ver que o trabalho do 1.0 tricilíndrico é mais silencioso do que se pode notar no Picanto. O volante não trepida tanto e a sensação de vibração – normal em carros com essa configuração de motor – é abafada por uma vedação acústica melhor, com painéis das portas mais largos.
Com potência estimada em 80 cv a 6.000 rpm e torque de 10,2 mkgf a 4 500 rpm, ele deixa a sensação de que vai bem só até 4.000 rpm, o que culminará em boas sensações em uso urbano. A partir desta rotação, manter o pé no acelerador, exigindo mais potência, só em condições extremas. Acima dessa rotação, até a transmissão de engates curtos e bem precisos sofre com as trepidações. Por ser maior que o irmão da Kia, o HB20 será mais pesado e, por consequência, não se deve esperar números de desempenho tão bons quanto os do Kia 1.0.
Na versão 1.6 16V, o propulsor herdado do Soul, que deve desenvolver 128 cv e 16,5 mkgf a 5000 rpm, mostrou que pode trabalhar sendo ainda mais silencioso a bordo. Em marcha lenta, mal se percebe que está trabalhando. É normal que você entre com ele ligado e gire a chave novamente.
Em duas voltas rápidas, o HB20 só confirmou o que já se esperava: um carro com mais traquejo para situações urbanas do que para algum desvio esportivo. O motor tem uma faixa de torque linear, que se estende até muito próximo do limite de giros. Ele não empolga, mas você deve ter a consciência de que ele não nasceu para isso.
Não há como reclamar, também, do câmbio, que mantém a precisão, leveza dos engates e as cinco marchas vistas no tricilíndrico. Difere-se daquele conjunto na hora de acionar a marcha ré, enquanto no menor ela é feita como se você fosse engatar a 6ª. Aqui, você aciona um botão atrás da manopla e leva a haste em direção à 1ª marcha.
A versão automática é a única em que se sente que poderia ser melhor, caso optasse por uma caixa de 6 marchas, usada no Soul. Com 4 marchas e torque linear do motor, ele demora mais tempo para desenvolver velocidade, causando mais ruídos. Nada que incomode ou destoe de outros compactos. A suspensão é outro ponto alto do carro, absorvendo bem as imperfeições. As condições dinâmicas não foram testadas por culpa da chuva. Não foi possível realizar também a avaliação de consumo nem saber as medidas físicas do carro, algo que só deve ser comunicado oficialmente em 12 de setembro, data prevista para o lançamento oficial do carro em todo o Brasil.
A Hyundai planeja ter cerca de 100 concessionárias exclusivas para a venda do HB20. De acordo com Chang Kyun Han, presidente da Hyundai brasileira, “o ideal é ter entre 150 e 200 pontos de venda exclusivos da família HB, assim alcançaremos a meta de comercializar 150 000 carros por ano no Brasil”. A “família HB” incluirá sob essa plataforma um sedã e um SUV compactos. O SUV deve ser mostrado em primeira mão no Salão de São Paulo, em outubro. O sedã começará a ser vendido até o fim do ano.
HB20 TERÁ TRÊS VERSÕES DE ACABAMENTO
Na pista de testes, dentro da fábrica de Piracicaba, tivemos o primeiro contato com o carro em todas as versões que serão oferecidas: 1.0, 1.6 e 1.6 com câmbio automático. De cara, pode-se perceber que haverá, ao menos, três versões de acabamento. Uma delas é básica com o motor 1.0, que não avaliamos e só pudemos ver nos corredores da fábrica, ainda em processo de testes. Entre os equipamentos de série trará como destaque apenas a regulagem de altura do banco do motorista e o airbag duplo. As rodas serão de aço, 14” com calotas, e o carro não deve ter os repetidores de seta nos retrovisores nem acabamento com tecido na parte interna das portas. Rádio/MP3 player, computador de bordo, freios ABS, ar-condicionado e direção hidráulica serão opcionais.
O HB20 deverá girar em torno dos R$ 28 000. Para avaliação, havia o 1.0 GL, bem mais equipado, dotado de ar-condicionado, rádio, direção hidráulica, comandos de som no volante e computador de bordo. Por fora, se difere pelos retrovisores com luz de seta e pelas rodas, com sete raios, de aro 14” e calçadas por pneus Pirelli P7 de
medidas 175/70. Equipado assim, seu preço deve subir para R$ 34 000. Com motor 1.6 você poderá optar pela versão GL, com preço na casa dos R$ 36 000 e com acabamento e equipamentos idênticos aos do 1.0 GL, ou pela versão GLS, que adiciona a forração de tecido nos painéis internos das portas, duas cores no painel (sendo que a cinza mais clara fica na parte de baixo), rodas em formato “estrela” de 15” com pneus Pirelli P7 de medidas 185/60, manopla de câmbio com acabamento cromado, entrada USB e auxiliar no porta-trecos central. Essa deve partir dos R$ 38 000 e trazer como opcional apenas freios com ABS.
Para se manter atraente em preço até na versão mais cara, a versão automática trará o câmbio de 4 marchas e preço fixado entre R$ 43 000 e R$ 45 000, apenas com o acabamento da versão GLS. Essa transmissão é herança do Kia Soul que ainda não usava as 6 marchas sequenciais ao chegar ao Brasil. Ele também não traz trocas sequenciais, nem modo esportivo. Mas conta com a função L, que por aqui faz o trabalho da primeira marcha, além de “2”, “3” e “D”, que são as 2ª, 3ª e 4ª marchas, respectivamente. O acionamento está longe de ser chamado de “em sequência”. No entanto, para quem quer ser uma pedra no sapato da concorrência, com este visual e com esta estimativa de preço, o HB20 vai superar as suas expectativas. Pode apostar!
"O trabalhador brasileiro é muito bom, aprende rápido e é organizado. Mas não é muito barato mantê-lo"
Depois de presidir a Hyundai europeia, operação que engloba 29 países, Chang Kyun Han tornou-se presidente da Hyundai brasileira. Han se surpreendeu com a capacidade da mão de obra nacional, mas deixou claro que as leis trabalhistas são complicadas. Quando perguntado sobre as difi culdades da legislação, respondeu sorrindo aos jornalistas: “Vocês sabem disso melhor do que eu”. Comedido e certo da força de seu produto afirmou que a marca pretende se consolidar no Brasil antes de pensar em qualquer outra estratégia. “Não traçamos plano de exportações antes de ver os resultados do mercado interno”, concluiu.
CAOA continua como importador, mas não deve vender o HB20
A situação é mais delicada do que parece. Segundo Chang Kyun Han, presidente da marca no Brasil, “a CAOA deve permanecer como única responsável pela venda, manutenção e exposição dos automóveis importados da marca no país. Também deve continuar com a produção de automóveis em CKD em Anápolis (GO)”. Isso porque o contrato para a representação da marca feita pela CAOA ainda está vigente e se encerra apenas no fim de 2013. Sobre o grupo importador vender o HB20 nacional, Han explicou: “Não temos um acordo a esse respeito com a CAOA, nem se ela fará a manutenção nos HB20 nacionais. Pode ser que apenas algumas revendas da CAOA aceitem trabalhar com o HB20. O certo é que o dono de um HB também terá um canal exclusivo para compra e manutenção do seu Hyundai em uma concessionária da marca, sendo CAOA ou não”. O grupo CAOA ainda não tem uma posição ofi cial do caso. O que se sabe é que a indenização para o importador repassar os mais de 100 pontos de vendas pode ultrapassar R$ 15 bilhões. Sem o grupo CAOA, a rede de importadores é de 105 concessionárias.